Capacidades requeridas para desempenhar o papel de facilitador de grupos
Como podemos medir o valor agregado de uma boa facilitação de grupo?
Mas, quais são as capacidades requeridas para desempenhar o papel de facilitador de grupos?
Não existe fórmula ou mágica para se tornar um facilitador de grupos. Um dos quesitos fundamentais é querer “entrar” nesse papel e buscar aperfeiçoamento das capacidades que compõem o perfil de um bom facilitador.
O facilitador tem que atuar, na maioria das vezes, “dentro e fora” das situações. Tem que ser capaz de compreender as sutilezas do grupo e, ao mesmo tempo, ter a presença e a energia para dirigir o percurso.
Escolher estar nesse papel é uma opção. Essa opção pode trazer diversos benefícios para o facilitador e para um grupo, especialmente dentro das organizações cuja necessidade de facilitadores é imensa.
Para identificar o quão próximo você está de ser um bom facilitador, é recomendado refletir o quão hábil você se sente ao lidar com diferentes tipos de personalidades e temperamentos em situações onde são requeridas ações e/ou decisões comuns. Essa reflexão ajuda a compreender se você terá mais facilidade ou dificuldade de assumir o papel. Afinal, o grande desafio do facilitador é navegar em meio a perfis diversos, com expectativas e mentalidades distintas, em busca de uma direção que traga convergência e resultados para o coletivo.
Para desempenhar esse papel, algumas capacidades que julgamos essenciais são:
Observação – ser capaz de observar além do que se vê, do que é tangível aos olhos. Chamamos de observação aguçada, a sabedoria de notar as nuances das pessoas e do grupo de forma geral durante o processo de facilitação. Perceber as reações, os sentimentos e emoções não ditas e expressas.
Neutralidade e imparcialidade – ter a habilidade de estar sempre neutro e imparcial nos grupos, sem se apaixonar pelo tema ou demonstrar preferências por uma ou outra pessoa. Ser capaz de se abster sem perder o foco e a intenção.
Organização e flexibilização – ser capaz de se organizar para cada tipo de situação e grupo de forma antecipada, sabendo improvisar e flexibilizar caso seja necessário no momento da atuação.
Escuta Ativa – estar atento a todos o tempo todo e fazer uso do que capturou dos membros do grupo no momento oportuno e adequado. Ser capaz de se manter 100% presente, sem se perder nos próprios pensamento e emoções.
Boas perguntas – ser hábil para elaborar boas perguntas ao invés de dar respostas e fórmulas e métodos. Provocar reflexão e insights no grupo, permitindo que gerem ideias, soluções e caminhos de forma individual e coletiva. Estimular a solução junto ao grupo
Energização e inclusão – manter um alto nível de energia do começo ao fim sem se deixar contaminar pelas interferências alheias. Ser capaz de incluir a todos os membros a cada passo e a cada interação para que haja sentimento de pertencimento por parte dos envolvidos no processo
Direcionamento e interação – ser hábil em manter a direção rumo ao objetivo ou desafio que existe a ser resolvido pelo grupo. Evitar dar ordens e apontar o caminho. Criar ambientes e espaços onde todos possam expressar seus pensamentos e opiniões de forma livre sem censura e receio.
Como podemos medir o valor agregado de uma boa facilitação de grupo?
Poderíamos dizer que, se o grupo chegou no resultado esperado e atingiu os objetivos, a facilitação teve sucesso. Sim, esse também pode ser um bom indicador. No entanto, uma métrica mais eficaz de avaliar o valor agregado de um bom facilitador é verificar o quanto o grupo apreendeu dos resultados gerados e o grau de apropriação e responsabilidade para colocar na prática.
Se ao final do processo os membros do grupo sinalizarem que os resultados gerados pertencem a eles e não ao facilitador, aí sim teremos uma boa medição do sucesso do processo.
Como o nome já diz, o facilitador “facilita”, portanto não deve ser o “dono” dos resultados. O facilitador deve ser hábil para criar condições que permitam que o grupo chegue ao resultado, transferindo a responsabilidade do processo e das ações aos envolvidos.
Além de transferir a responsabilidade dos resultados ao grupo, um bom facilitador deve também semear aspectos de desenvolvimento em cada membro. A facilitação bem-sucedida sempre deixa um legado de reflexões individuais que deverão ser trabalhadas e desenvolvidas pelo grupo como parte do processo.
Uma forma de avaliar a eficácia de um facilitador é realizar diagnósticos qualitativos junto aos envolvidos. O diagnóstico deve conter um roteiro claro e objetivo sobre alguns aspectos relevantes a serem pesquisados.
Acreditamos que, cada vez mais, formar facilitadores nas organizações trará benefícios enriquecedores ao negócio e aos times de trabalho. Bons facilitadores sabem como cultivar o desenvolvimento e trazer resultados mensuráveis para a organização.
É importante reforçar que, para ser um facilitador, não é preciso ocupar cargos de liderança, mas sim gostar de atuar com grupos e ter habilidade para conduzir times com foco no atingimento de metas, objetivos e resultados.
Deixamos algumas questões para estimular sua reflexão sobre o exercício do papel de facilitador no seu dia-a-dia:
Dentro dos cenários em que está envolvido (a), como está o desempenho das suas capacidades de facilitação de grupo? Como você está ajudando as equipes a atingir as metas e objetivos? E a resolver os problemas do dia-a-dia? Quanto você está semeando o desenvolvimento humano no seu entorno?